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Gestão de saúde populacional: estratégias para otimizar o cuidado

  • Foto do escritor: Agile Health Tech
    Agile Health Tech
  • 15 de abr.
  • 3 min de leitura


A gestão de saúde populacional é uma abordagem estratégica essencial para otimizar a entrega de cuidados de saúde, buscando a melhor qualidade assistencial e os melhores desfechos de saúde com o menor custo possível para a maior parte da população.


Entendendo o Perfil da População


A base da gestão de saúde populacional é compreender o perfil da população assistida e estratificar o risco de doenças e complicações. Com essa compreensão, é possível definir ações efetivas para impedir a manifestação de doenças e complicações em cada perfil de risco.


Estratificação de Risco e Ações Efetivas


A estratégia consiste em dividir a população em três grandes estratos:

  • Pessoas Saudáveis: Indivíduos sem fatores de risco para doenças crônicas.

  • Pessoas com Risco: Indivíduos com fatores de risco para doenças crônicas, como excesso de peso, alimentação inadequada ou presença de doenças.

  • Pessoas com Doenças Crônicas: Indivíduos com doenças crônicas já estabelecidas, como hipertensão, diabetes, obesidade, dislipidemia, câncer ou doenças de saúde mental.


Para cada um desses estratos, são recomendadas ações específicas:

  • Pessoas Saudáveis: Ações de educação e orientação para um estilo de vida saudável, vacinação e promoção de ambientes que impeçam a manifestação de doenças. Ações coletivas, como vacinação em larga escala, orientação nas escolas sobre consumo de frutas e verduras, e rotulagem de alimentos para informar o conteúdo nutricional, são exemplos importantes.

  • Pessoas com Risco: Divulgação de ações de rastreamento diagnóstico para doenças crônicas. As principais ações de rastreamento incluem exames para rastreamento de câncer (Papanicolau, PSA, mamografia, pesquisa de sangue oculto nas fezes, colonoscopia, tomografia para tabagistas) e rastreamento de doenças crônicas como hipertensão (medida de pressão arterial), diabetes (glicemia em jejum), dislipidemia (dosagem de colesterol) e obesidade, além de problemas de saúde mental (questionários simples para avaliar sinais e sintomas de depressão e ansiedade).

  • Pessoas com Doenças Crônicas: Acompanhamento do acesso ao tratamento precoce, estabelecimento do controle dessas doenças e rastreamento da presença de complicações. Pacientes com diabetes, por exemplo, podem ter risco elevado de nefropatia, neuropatia, retinopatia e cardiopatia, necessitando de acompanhamento trimestral com consultas médicas, dosagem de microalbuminúria, avaliação do fundo de olho, rastreamento de neuropatia e exames de rastreamento de doença cardiovascular.


Prevenção em Diferentes Níveis


As ações de prevenção são divididas em três níveis:

  • Prevenção Primária: Ações para o diagnóstico precoce de condições, como exames de rastreamento populacional para doenças cardiovasculares, diabetes e câncer. Ações para evitar problemas, como melhorar a adesão a um estilo de vida saudável, também se enquadram na prevenção primária.

  • Prevenção Secundária: Ações para pacientes com diagnóstico de condições crônicas, mas sem complicações, com o foco em prevenir o aparecimento de complicações. O controle de doenças como hipertensão, diabetes, obesidade e dislipidemia, e até mesmo do câncer, evita a incidência de complicações mais graves.

  • Prevenção Terciária: Ações para restabelecer o melhor nível de qualidade de vida e autonomia para pacientes que já apresentam complicações. O cuidado de pacientes que já tiveram um AVC e precisam de reabilitação motora ou neurológica, ou pacientes que tiveram câncer e precisam de medidas reparadoras, são exemplos de prevenção terciária.


Otimizando Recursos e Maximizando Resultados


A gestão de saúde populacional busca otimizar a utilização de recursos e maximizar os resultados do cuidado. Para isso, é fundamental avaliar toda a população, definir os pacientes em risco, promover exames de rastreamento para o diagnóstico de doenças crônicas e entender os subgrupos de pacientes com doenças crônicas controladas, descontroladas ou com complicações.


Para cada um desses grupos, cabe um conjunto de ações específicas. É essencial alocar a maior parcela dos recursos para os pacientes que têm doenças crônicas e complicações, que geralmente representam o maior custo para o sistema de saúde. No entanto, é crucial prever um custo de ações preventivas e de ações menos intensivas do cuidado para pacientes com diagnóstico de doença crônica, a fim de evitar descontrole e complicações.


Desafios e Estratégias


O desafio da gestão de saúde populacional começa com a estratificação da população. Após estabelecer os estratos, designam-se as ações de promoção (prevenção primária), prevenção secundária (controle de doenças e prevenção de complicações) e prevenção terciária (reabilitação e restabelecimento do nível funcional).


A implementação efetiva dessas ações permite otimizar a utilização dos recursos e maximizar os resultados do cuidado de cada população. A busca ativa de pessoas com necessidades de saúde não atendidas, por exemplo, permite o envio de um grande número de mensagens para identificar aqueles que necessitam de cuidados, otimizando o processo de identificação e direcionamento.

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